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Educação para a Ergonomia do Posto de Trabalho e do Gestual Corporal do Fisioterapeuta Intensivista Atuante na Pandemia Covid-19

Aluno: Rodrigo Gonçalves dos Santos

Orientadores:  Prof. Dr. Paulo Victor Rodrigues de Carvalho, Prof. Dr. Alessandro Jatobá

Descrição: O presente estudo tem o objetivo de analisar os procedimentos e estrutura necessários ao posto de trabalho e gestual corporal do Fisioterapeuta intensivista atuante na pandemia de Covid-19. Para alcança-lo, foi realizada uma pesquisa quantiqualitativa, descritiva e exploratória. Utilizando a EAMETA, os dados foram coletados com fisioterapeutas intensivistas que atuam na linha de frente da Covid-19. Como forma de contribuir com a melhoria da qualidade do trabalho dos fisioterapeutas intensivistas, foi desenvolvida uma Cartilha, em versão digital e impressa, com informações sobre os procedimentos laborais adequados na prática das condutas fisioterapêuticas enquanto posturas que podem prevenir e evitar lesões ergonômicas. A coleta de dados foi realizada com 181 fisioterapeutas que atuam em Centros de Tratamento Intensivo voltados à Covid-19, de hospitais do município do Rio de Janeiro e do Grande Rio. O questionário aplicado avaliou os construtos “Espaço”, “Ambiente”, “Mobiliário” e “Equipamentos”, enquanto fatores que podem afetar a saúde ergonômica dos profissionais. Já a Cartilha foi analisada por 30 destes profissionais, que atuam no Hospital da Retaguarda Gonçalence – São Gonçalo -Rio de Janeiro. Nestes quesitos, o construto “Mobiliário” foi o que obteve menores médias, sendo as menores em hospitais de campanha (2,11) e públicos (1,82). Já o construto “Equipamentos” obteve as maiores médias, sendo destacados os hospitais privados (2,8) e hospitais de campanha (2,79). Quanto ao manejo dos pacientes no leito, destacaram-se “Pronação”, seguida de “Transferência cama/cadeira” como aqueles que demandam maior esforço físico. Em relação à região de dor, a lombar é mais largamente descrita como a região mais afetada, seguida da região cervical e dos ombros. Este resultado é compatível com os procedimentos de manejo que mais se destacam. Os achados do presente estudo retratam a inadequação dos ambientes hospitalares às atividades dos fisioterapeutas, dada a prevalência da dificuldade de realizar as atividades indicadas nos protocolos de manejo dos infectados com Covid-19, como a pronação, além de problemas no ambiente, como ruído e iluminação e da pouca qualidade do mobiliário, com destaque para os computadores. Quanto à análise da Cartilha, os resultados foram positivos. Os participantes avaliaram que a cartilha beneficia os fisioterapeutas, pois contribui com a valorização profissional, a divulgação da mobilização precoce e a tomada de consciência sobre os cuidados ergonômicos, de modo a favorecer um gestual laboral, de acordo com a proteção à saúde do trabalhador. Mediante a gravidade da Covid-19 e a crescente demanda de pacientes em UTI, que evoluem rapidamente para um quadro crítico, as exigências sobre os esforços físicos despendidas pelos fisioterapeutas são excessivas, gerando adoecimento/sofrimento ergonômico. É preciso atentar para este aspecto, de modo a promover mais pesquisas e estudos que possam contribuir com a saúde destes trabalhadores, reduzindo assim, a necessidade de afastamento do trabalho e cuidando para a melhoria da qualidade de vida dos fisioterapeutas.


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