A Educação Física escolar e o desenvolvimento de competências além das motoras
Aluno: Mauro Fernando da Costa Souza
Orientadores: Professor Alessandro Jatobá e Professor Paulo Victor de Carvalho
Descrição: O trabalho aqui exposto é uma dissertação de Mestrado em Novas tecnologias digitais na educação, do curso do Centro Universitário Unicarioca e se apresenta como fruto de muitas reflexões sobre a prática pedagógica de Educação Física. Através delas, pôde-se perceber que os momentos práticos de aula, em sua maioria, são arraigados de motivação por parte dos alunos, diferentemente de outros momentos. E assim, o ambiente se tornava um facilitador de trocas pedagógicas. Com isso, o objetivo do trabalho foi propor uma sequência didática (SD) que englobasse os momentos conceituais da Educação Física, enfatizando a ludicidade em busca de motivação e engajamento, como proposta de ressignificação da prática docente para otimização do aprendizado dos alunos da educação básica. O uso de tecnologias digitais e técnicas de aprendizagem colaborativa e dos métodos ativos foram usados como estratégias pedagógicas que envolvessem positivamente os alunos nativos digitais, criando assim, um ambiente propício para uma postura investigativa, reflexiva e crítica, fatores facilitadores da aprendizagem e do desenvolvimento de competências que vão além das motoras. Para isso, foi realizada uma pesquisa-ação que envolveu duas escolas públicas, uma do município do Rio de Janeiro e outra do município de Queimados, nas quais o pesquisador era também o professor regente da disciplina mencionada. A chegada da pandemia e a consequente suspensão das aulas do modelo presencial de ensino impossibilitou colocar a SD em prática com os alunos destas escolas para uma testagem definitiva, o que gerou uma limitação metodológica. Contudo, cabe ressaltar que a mesma fora utilizada nos anos de 2017, 2018 e 2019 em diversos contextos e locais e com isso, vem sendo repensada, aprimorada e, principalmente observada, ao longo de anos. Então, como alternativa metodológica a esta limitação, foi realizada uma entrevista com os professores regentes de Educação Física de ambas as unidades educacionais mencionadas, e que por consequência, tenham vivenciado a realidade lá apresentada, de modo que avaliassem a referida SD e sua aplicabilidade em contextos distintos. Como resultado, concluiu-se que a SD proposta tem capacidade de trabalhar os conteúdos conceituais de maneira lúdica, proporcionando um ambiente de aprendizado com mais motivação por parte dos alunos e que esse ambiente facilita a ação docente independente da sua intencionalidade. Foi possível verificar, também, as possíveis dificuldades que alunos enfrentam frente à SD, além de investigar a atividade dos professores das unidades escolares envolvidas, percebendo que os mesmos dilemas e dificuldades se repetem. Ao definir as ferramentas tecnológicas que podem ser usadas no processo ensino aprendizagem, nos deparamos com a falta de estrutura das escolas como a maior barreira enfrentada, mas que de longe é a única. Apesar de não ter sido experimentada oficialmente, essa SD, durante a sua elaboração, se fez presente em aulas do professor – pesquisador, possibilitando sua constante avaliação e reavaliação do processo de forma crítica e reflexiva, de acordo com os impactos observados na aprendizagem dos alunos. Como conclusão, esse trabalho nos sugere mudanças posturais dialógicas aos momentos que por vezes replicam uma educação bancária e fazem a disciplina mais adorada pelos alunos da educação básica, perder seu encanto. As estratégias adotadas, como as técnicas de metodologia ativa, possibilitaram colocar o aluno no centro do processo ensino-aprendizagem. A aprendizagem colaborativa, o uso de games e tecnologias digitais durante esses momentos conceituais, ajudou a construir um ambiente motivante e desafiador, propício à aprendizagem de conceitos e valores da disciplina Educação Física.